A freguesia de Matosinhos, atualmente integrada na União das Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, tem uma história rica que remonta a milhares de anos. A sua evolução está ligada ao desenvolvimento da região do Douro Litoral e à proximidade com o Porto, o oceano Atlântico e o rio Leça.
Os vestígios mais antigos da presença humana em Matosinhos remontam ao Paleolítico, com instrumentos encontrados entre a Boa Nova e Almeiriga. No Neolítico, há cerca de 5000 anos, surgem os primeiros núcleos de povoamento, como as antas em Lavra, Perafita e Leça do Balio. Na Idade do Bronze, desenvolvem-se os castros, como o Castro do Monte Castêlo em Guifões. Com a romanização, foram construídas vias como a estrada Cale-Bracara Augusta e estruturas como a Ponte da Pedra. A zona de Lavra destacou-se pela produção de garum e sal, integrando-se economicamente no Império Romano.
Na Alta Idade Média, o território foi marcado pela fundação de mosteiros como o de Bouças, no século X, que deu origem ao aglomerado populacional que viria a formar o concelho de Matosinhos. O Mosteiro de Leça do Balio, também do século X, tornou-se sede da Ordem dos Cavaleiros Hospitalários em Portugal no século XII.
Até ao século XIX, Matosinhos fazia parte do concelho de Bouças. Em 1853, foi criada a vila de Matosinhos, composta pelas freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira. Em 1867, foi criado o concelho de Matosinhos, mas a designação durou apenas vinte dias, sendo revertida para Bouças. Só em 6 de maio de 1909 é que o concelho de Matosinhos foi definitivamente instituído, sendo elevado a cidade em 28 de junho de 1984.
O património histórico da freguesia inclui monumentos como a Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, que acolhe a imagem do Senhor de Matosinhos, transferida do antigo Mosteiro de Bouças no século XVI; o Mosteiro de Leça do Balio, com importância religiosa e hospitalar para peregrinos a caminho de Santiago de Compostela; o Forte de Nossa Senhora das Neves, construído após a Restauração da Independência; e o Obelisco da Praia da Memória, que assinala o desembarque liberal de 1832.
A construção do Porto de Leixões foi um ponto de viragem na história da freguesia, impulsionando a industrialização e o crescimento económico. A vocação marítima de Matosinhos é evidente nas tradições piscatórias, nas indústrias conserveiras e petroquímicas, e nas festas populares como as Festas do Senhor de Matosinhos e a Lenda do Cayo Carpo, que reforçam a identidade local.
Hoje, Matosinhos é uma freguesia moderna, com forte presença nos setores secundário e terciário, uma população jovem e dinâmica, e uma rede escolar bem estruturada. A sua história continua a ser preservada e celebrada através de iniciativas culturais e patrimoniais promovidas pelas entidades locais.
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